terça-feira, 30 de outubro de 2012

1º mês de recuperação

Foi um mês difícil para mim, eu nas primeiras duas semanas tive que tomar sempre comprimidos, receitados pelo médico, para as dores, eram dores musculares fortes, como os músculos não estavam habituados à postura correta eles davam dores fortes mesmo por terem sido mexidos. 
Eu neste mês estava sempre deitada, só me levantava para comer e ir à casa de banho, porque realmente eu não aguentava mais devido às dores musculares. Eu não conseguia tomar banho, a minha mãe tinha de me ajudar, nós fazíamos assim, para eu não me cansar o dobro colocávamos um banco dentro da banheira e eu sentava-me e a minha mãe ajudava-me. 
Este mês é o mais doloroso, às vezes tinha picos de dor repentinos, o que desapareceu passado algumas semanas.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Consulta - após 15 dias de alta


Neste dia eu tive a minha primeira consulta, após as cirurgias, com o Dr. Armando, ele disse que estava tudo bem, que eu tinha sido muito corajosa e disse que as cicatrizes estavam a cicatrizar bem. Tiraram-me os agrafos da 2ª operação, foram 56 agrafos, e deram-me mais remédio para as dores no caso de ser necessário. Senti-me mesmo bem ao tirarem-me os agrafos, é um alívio enorme mesmo. Ao todo tive 90 agrafos, 34 na 1ª operação e 56 na 2ª operação.
A minha próxima consulta será quando fizer 4 meses de recuperação (em Janeiro) e só nessa consulta saberei que exercícios irei fazer para me ajudar ainda mais na recuperação, estou muito ansiosa para que chegue esse dia, para saber se está tudo bem.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

2ª Operação - Após a cirurgia - 7º e último dia de internamento


Recebi a visita do Dr. Armando, logo pela manhã, a pedir-me para andar um pouco para ele ver a maneira como andava e, assim, decidir se eu podia ir para casa ou não. Finalmente recebi a alta, pude sair logo que os meus pais chegassem. Deram-me alguns medicamentos para as dores, só para serem utilizados quando tivesse dores agudas.
Senti-me muito feliz por conseguir sair pelo meu próprio pé, embora andasse um pouco como um robô, porque ainda não me tinha habituado aquela postura, sabia que as pessoas já me olhavam com outros olhos.
Quando cheguei a casa, foi só descansar e dormir.

2ª Operação - Após a cirurgia - 5º dia


Pela primeira vez fui ao chuveiro, numa cadeira própria e com a ajuda da auxiliar, soube-me mesmo muito bem, poder sentir a água a correr no corpo sem ser na cama.
No resto do dia tive que fazer pequenas caminhadas pelos corredores, foi muito estranho para mim, era como estivesse a voltar a aprender a andar, com uma nova postura. As dores nos ombros permaneciam ao andar e quanto mais andava as dores iam-se tornando mais fortes, mas eu continuei a insistir, porque tinha que andar senão não ia poder sair do hospital, e as dores eram normais pelo que os enfermeiros diziam. Quando via que não aguentava as dores tinha que me deitar um pouco, mas quando pudesse lá voltava de novo. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

2ª Operação - Após a cirurgia - 4º dia


Coloquei já o 4º dia, porque no 3º dia não aconteceu nada de especial.
No 4º dia de internamento, a minha manhã foi calma, vi televisão, tive dois dedos de conversa com as minhas “vizinhas de cama”, embora estejamos todos naquelas situações nós fazemos algumas amizades partilhando algumas experiências, eu já estava ali pela 2ª vez, elas eram a 1ª vez e estavam em pânico, como é normal, mas tentei logo acalmá-las.
Logo após o almoço recebi a visita das doutoras que supervisionam a máquina da morfina, elas vêem quantas vezes carregamos nela ao longo do dia e estipulam um dia para a retirarem, o meu dia para tirar foi nesse mesmo dia ao fim da tarde, eu pensei logo como é que iria aguentar as dores sem a abençoada morfina? Mas tive que pensar positivo, eu iria conseguir.
Ao final da tarde vieram-me tirar a morfina, o oxigénio e o soro, fiquei logo libertada para começar as caminhadas, fiquei toda contente de me tirarem os catéteres, eu desta vez tinha nas duas mãos, embora só me lembre de ter feito uma, eles devem ter-me metido o outro durante a cirurgia. Vou ser sincera, desta vez, os enfermeiros foram brutos com os meus catéteres, como as minhas veias já estavam saturadas da morfina começaram a “entupir”, ou seja, os remédios já não entravam quando os enfermeiros me vinham dar, e eles para desentupir utilizaram algumas formas, como mexer imenso no tubo, colocar um pouco do remédio muito rápido para desentupir, o que dava dores horríveis. Acabaram por desistir e tiraram-me os catéteres, o que para mim foi muito, mesmo muito, bom. Então os remédios eram me dados em comprimidos, embora deteste comprimidos, eu sempre tive dificuldades em engoli-los a minha única solução era pedir aos enfermeiros para esmagá-los e assim já tomava.
Levantei-me pela primeira vez, sinceramente, foi terrível, as dores eram angustiantes, mas ao mesmo tempo estava tão contente por conseguir pôr-me de pé. Ao levantar-me não tive as tonturas que senti na outra operação, sentia-me mesmo bem, fora as terríveis dores que sentia nos músculos das omoplatas e no pescoço, era como me tivessem a fazer uma enorme pressão nos músculos. Aguentei muito pouco tempo sentada, doía-me tudo e então tive que me deitar.
O resto do dia foi normal, não me levantei mais.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

2ª Operação - Após a cirurgia - 2º dia


Bem como o normal o 2º dia para mim é sempre o pior porque as dores tornam-se mais acentuadas do que quando ainda estamos um pouco anestesiadas no próprio dia da cirurgia, mas nada que a morfina não ajude e muito.
Tive uma manhã normal, tomei o pequeno-almoço, tomei banho, tudo deitada porque não podia levantar-me e como habitual lá recebia a visita dos meus pais. Recebi a visita do Dr. Armando que logo me disse que quando tirasse "a maquineta da morfina" que depois poderia começar as caminhadas.
Sentia-me estranha tal como a anestesista me tinha dito, era como me tivessem esmagado contra a cama, como se tivesse um peso de 30kg em cima do peito, sendo normal porque me mexeram em muita coisa. Neste dia eu continuava com o oxigénio, a máquina da morfina e claro o soro.
O penso tinha de ser feito todos os dias ao contrário do que aconteceu na 1ª operação que só o fiz quando tive alta. Quando me vieram fazer o penso pela primeira vez aproveitaram e tiraram os agrafos (34 agrafos) da 1ª operação, tive que ficar com eles durante 15 dias, não doeu nadinha a tirar, alguns até faziam comichão ao tirar. Aliviou-me imenso tirá-los porque quando estão secos tornam-se muito incomodativos, quando nos mexemos sentimos eles a prenderem o nosso movimento e picam. 
O resto do dia foi descansar e muito.

2ª Operação - Cirurgia - 25 de Setembro de 2012


Acordaram-me às 07h30 da manhã para tomar banho e vestir de novo as cuecas brancas transparentes e a bata que mostre toda a parte de trás. Mal me deito para descansar um pouco e vêm logo buscar-me, lá fui eu de novo no tão pavoroso elevador, passar de novo nos corredores até chegar à porta do bloco, onde me meteram a touca no cabelo e preparavam-me para trocar para a maca do bloco, que como já referi na 1ª operação era muito estreita, lá estava eu a começar a entrar naquela maca que nos transfere para a outra maca, quando reparo que tenho que erguer a cabeça para não me magoar, eu não cabia naquilo (comentamos que ia acontecer essa situação na 1ª operação), lá me conseguir passar. Quando chego a porta onde iriam operar-me, comentaram que as coisas ainda não estavam prontas, então a enfermeira levou-me para uma sala como se fosse uma sala de espera para entrar, que tinha uma porta de acesso ao sitio onde ia ser operada, passados alguns minutos entrou a anestesista que me tratou na 1ª operação e que veio falar comigo no dia anterior, ela é muito simpática e muito atenciosa, mas infelizmente não sei o nome dela, porque sempre me foi apresentada como a anestesista. Ela começou a preparar as coisas para me colocar o catétere e pouco tempo depois começa a mexer na minha mão esquerda para encontrar a veia e comenta que eu ainda tinha a marca da 1ª operação, encontrou a veia e meteu ocatétere. Vejo-a a espetar a injeção para me adormecer e logo no momento começo a sentir-me zonza, a lâmpada que estava virada para mim não estava quieta e claro depois não me lembro mais.
Foram 6h de cirurgia, o meu acordar foi mais calmo e pacífico do que o outro, mal acordo vejo logo tudo bem, vejo que tenho uma enfermeira comigo ali se precisasse de alguma coisa, a primeira coisa racional que pensei logo foi ver se conseguia mexer as pernas, para meu alívio conseguia, nem tinha praticamente dores nenhumas, estava a sentir-me mesmo bem, mas por precaução ainda estive no recobro algum tempo antes de ir para a unidade. Eu tinha na mesma a máquina da morfina, que quando tivesse dores carregava e lá vinha a morfina para o meu sangue.
Passado, mais ou menos, 40 minutos vêm fazer-me algumas perguntas para perceberem o meu grau de lucidez e logo perceberam que estava pronta para ir para o quarto. Vieram buscar-me, passei por muitos pais das crianças que estavam à espera de notícias à porta do bloco operatório, todos com a preocupação nos olhos.
Cheguei ao meu quarto e os meus pais ainda não tinham chegado, fiquei um pouco triste, mas foi algo que passou logo quando os vi a atravessar a porta da unidade. Sempre com imensa sede e os lábios secos tive de esperar até à hora do lanche para ver se tolerava a comida. Quando veio, comi um pouco e logo percebi que não estava enjoada nem nada, que podia comer normalmente. O resto do dia foi pacífico, eu só queria dormir por causa da  anestesia, mas sempre que vinha dores eu acordava e carregava o comando para vir a morfina.

2ª Operação - Internamento - 24 de Setembro de 2012


Dei entrada de novo no UVM (já expliquei o que é na descrição da 1ª operação) às 10h00 da manhã, mal me preparei para me deitar vieram logo buscar-me para ir fazer um raio-x para ver como estava, depois voltei logo para a unidade de novo, onde tinha a minha mãe à espera.
O resto do dia foi normal, mais ou menos ao final da tarde a anestesista que tinha estado comigo na 1ª operação veio visitar-me ao quarto para me tirar as dúvidas, disse-me que eu quando acordasse iria ter de novo a máquina da morfina, que iria ter uma sensação estranha ao acordar por estar direita e que iria ter na mesma o oxigénio.